A banda Shemah, que lança o CD homônimo pela Paulinas-COMEP, tem uma proposta diferente: quer falar de Deus, de amor, de esperança, de paz, sutil ou declaradamente, temperar os versos com a musicalidade típica dos brasileiros, para fisgar especialmente jovens e adolescentes.
"Queremos fazer pensar os cristãos e as pessoas fora da Igreja, mostrar-lhes que todos nascemos para algo mais, que é possível ser moderno com valores, independentemente da religião ou da falta dela."
Brasília sempre foi considerado um celeiro quando o assunto é música popular brasileira. E é de lá uma das mais recentes novidades: a Banda Shemah!, palavra em hebraico que quer dizer "escuta", "ouve". Formada por sete jovens com idades entre 23 e 28 anos, ela se lançou a um desafio que não é dos menores: quer falar de Deus, de amor, de esperança, de paz, sutil ou declaradamente, principalmente ao público secular; temperar os versos com a musicalidade típica dos brasileiros, de forma a atingir em cheio especialmente os jovens e adolescentes, sem todavia, ser tachada de "mais uma banda de MPB". A banda Shemah!, que lança o CD homônimo pela Paulinas-COMEP traz propostas diferentes dos trabalhos já existentes no meio religioso e também no meio secular.
O grupo iniciou trajetória no final de 1998, quando foi convidado a fazer os arranjos de uma coletânea das melhores músicas do festival do Movimento Escalada, da Arquidiocese de Brasília. "Surgimos na Igreja, sim, somos pessoas de vivência na fé, buscamos a intimidade com Deus... Queremos fazer pensar os cristãos e as pessoas que estão fora da Igreja, mostrar-lhes que todos nascemos para algo mais, que é possível ser moderno com valores, independentemente da religião ou da falta dela. A mensagem de vida, amor e misericórdia de Deus precisa estar mais acessíveis ao meio secular", explica a cantora e compositora Letícia Castro.
Ela acredita que nada melhor do que a arte para provocar nas pessoas uma vontade de agir diferente, de assumir posturas segundo o que dizem acreditar, de prestar atenção em coisas que passam batidas. O CD Shemah! é a síntese dessa proposta. Num tempo de tantas discórdias, as músicas chamam a atenção para o amor. Embora Letícia seja a titular de grande parte das composições, todos discutem o conteúdo, a filosofia das mensagens. O resultado são letras profundas em uma fusão de black music, rock, jazz, MPB, música erudita e até canto coral com arranjos a cinco vozes e combinações ousadas, como a guitarra e flauta, vocais com rock...
Paulo Santos, o Paulão, um dos fundadores da banda ao lado de Letícia Castro, provou porque é chamado "mestre das harmonias". Definiu a sonoridade com inusitados arranjos vocais e harmonias. O clássico de Gonzaguinha "O que é, o que é", por exemplo, ganhou nova e criativa roupagem do guitarrista e vocalista e tornou-se um dos grandes destaques deste CD. A flautista e vocalista Marina kohlsdorf conferiu ao instrumento um "caráter de percussão", muito mais que melódico, resultando em uma sonoridade ímpar. Tiago Cardoso, nos violões e vocal; David Reis, no teclado, piano e vocal; Nando Lima, no baixo. Para a gravação da bateria, a banda contou com Giba Favery, músico convidado. Todos, a seu estilo, tornam este CD único, diferente, inédito. Escuta! Ouve! Vale a pena!